PROJETO ESCOTISMO UM OLHAR INCLUSIVO

            Falar de inclusão enquanto elemento integrador, é falar sobretudo, de lutas, as vezes um tanto acirradas para que, aqueles beneficiados por ela tivessem seus direitos vozes e presenças dentro de uma sociedade altamente preconceituosa. De certa forma, não só preconceituosa mas ditadora também, no que se refere as normas de conduta a compleição física, a diversidade cultural, às orientações sexuais  e a própria vivência.

            Muitos deram seu próprio sangue para que o mundo fosse consolidando uma máxima respeitável: toda verdade é relativa, ou seja, o absoluto não cabe em afirmativas ou em imposições de comportamento, de possibilidades ou de capacidade humama, seja ela limitada para os padrões vigentes ou para as prioridades necessárias para cada época ou tempo. Foi preciso e é preciso ainda, romper, sejam barreiras, atitudes, posturas ou meramente inflexibilidades do homem que, na sua dualidade, busca para si, aquilo que mais lhe apraz. Desta forma, ao longo da história, história essa, que o próprio homem constrói e constitui, muitos acontecimentos tiveram suas marcas reformuladas por aqueles que decidiram ousar e reinventar valores e possiblidades, numa tentativa reveladora de salvaguardar a essência humana. Para tanto, muito se fez, se refez, se reiventou, buscando através dos séculos criar oportunidades de cidadania, de participação e, porque não, de esperança e de felicidade.

            Desta forma, o movimento escoteiro através do G.E.I. levantou  sua bandeira fazendo sua parte, para que de fato a inclusão  difundida e tão propagada por este seguimento através do projeto piloto “Escotismo um Olhar Inclusivo” fosse uma realidade. Em 2011, o G.E.I. ampliou suas ações com apoio financeiro SC Gás para o segmento da educação especial com parceira ADACO Ofearte.

            A ADACO-Ofearte (Associação para o Desenvolvimento Artístico Cultural e Ocupacional do Portador de Necessidades Especiais), é uma entidade civil beneficente sem fins lucrativos e de caráter filantrópico fundada em 10 de janeiro de 2001.

            Desenvolve um trabalho por meio da arte a educandos de diferentes faixas etárias e níveis de ensino infantil, fundamental, médio e de jovens e adultos, portadores ou não de necessidades especiais. Atualmente a entidade têm 100 educandos, dentre estes  10 % (dez) inclusivos (sem algum fator limitante) e 90% (noventa) educandos com algum tipo de necessidade especial.

            Com o objetivo de promover e legitimar a pessoa com necessidades especiais como um ser pontecial, respeitando suas diferenças individuais e suas múltiplas possibilidades de representação pela arte, bem como ações para promoção, proteção e recuperação da saúde.

            O enfoque fundamental é a arte, pois a mesma agrega características singulares e uma conduta única. A inter-multidisciplinariedade são particularidades da arte, mas ela vai além disso, pois procura ampliar ou até mesmo superar barreiras disciplinares, tornando-se transdisciplinares.

            A abordagem do trabalho arte-educativo é sócio-interacionista-construtiva, sendo a diversidade um dos aspectos mais enfatizados e é por seu intermédio que se trabalha o indivíduo, tornando-o capaz de apreciar, conhecer e produzir arte. Kant já defendia em sua obra AWKLARUNG a ideia de uma  disciplina universal que abrangesse todos os conhecimentos científicos para promover a emancipação do ser humano.

            A ADACO Ofearte tem como missão criar valores diferenciados em relação a pessoa com necessidades especiais, no âmbito bio-psico-social, isto é, toda uma vida humana transformada.

            A parceria foi consolidada oficialmente através de uma confraternização com uma macarronada oferecida aos envolvidos no projeto. No dia 9 agosto de 2011, os profissionais e colaboradores realizaram  a Promessa Escoteira e no dia 27 de agosto os educandos realizaram a Promessa em uma linda cerimônia de investidura, nos dias 1 e 2 de outubro os profissionais e colaboradores realizaram o curso preliminar de escotistas e dirigentes institucional.

Projeto Escotismo na Periferia

O GEI, Grupo Escoteiro Imarui, dentro de sua atuação tem como um dos  principais e mais significativos projetos o “Escotismo na Periferia”, este caracterizado como inovação na atualidade, pois sua abordagem visa à prevenção e o resgate dos direitos e deveres infanto-juvenis, transformando o caráter e a personalidade por meio da educação não formal de forma gradativa e constante. A iniciativa do GEI, com o apoio e envolvimento da União dos Escoteiros do Brasil – Região Santa Catarina (UEB/SC) é valorizar o ser humano desde a sua infância, investindo em sua formação moral, religiosa, cívica e social. A intenção é proporcionar às crianças uma atividade que lhes permita desenvolver seus valores morais, aprendendo através da prática e exercício do companheirismo, do civismo, da fraternidade, do estudo e raciocínio, da tolerância, do espírito de equipe, do amor ao próximo e à natureza em um ambiente sadio que lhes entretenha, afastando-os do cooptação dos traficantes, da prostituição e dos criminosos.

As atividades do GEI – Grupo Escoteiro Imarui - são realizadas todos os sábados das 14h00minh às 17h00minh quando voltados ao aprendizado de técnicas escotistas, aos finais de semana completos ( sábado e domingos) quando em campo e, durante a semana em seu contra-turno escolar, com aulas de dança, música, judô oficina de bonecos e sala de informática equipada com 22 computadores, impressora, internet, televisão, vídeo, som e uma biblioteca, para aulas de informática, bem como o pátio para as aulas de Educação Física, Escolinha de Futebol, atividades artísticas e recreação, no período integral, das 07h15 min. às 11h45min, e das 13h15 min. as 17h30 min. de segunda à sexta feira, com cerca de 160 crianças inseridas no processo, todas previamente cadastradas como sendo carentes da comunidade do bairro Imarui, em sua sede própria construída com recursos e doações de membros e amigos.

O Projeto Escotismo na Periferia tem como objetivos contribuir para que as crianças e adolescentes assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente a formação do caráter, ajudando-os a realizar suas plenas potencialidades. E para o pleno desenvolvimento das pessoas que se encontram nessa fase da vida, é essencial que sejam fornecidas condições sociais adequadas à consecução dos direitos a elas inerentes, os quais permitirão que as premissas latentes possam florescer em suas condições físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, formando cidadãos em sua plenitude, atuantes e úteis em suas comunidades, aprendendo e aplicando assim, seus direitos e deveres como cidadãos.